A maioria dos adultos enfrenta regularmente sintomas de estresse, que vão desde dores de cabeça até ansiedade, impactando a saúde mental e física. Embora um pouco de estresse possa ser benéfico, o estresse crônico causa sérios danos ao corpo, alertam especialistas. No entanto, é possível transformar essa resposta natural em uma fonte de resiliência, em vez de exaustão.
O estresse é uma reação natural que prepara o corpo para enfrentar desafios, liberando hormônios como cortisol e adrenalina. A curto prazo, essa resposta pode aumentar o foco e melhorar o desempenho. “O estresse agudo é uma resposta de curto prazo a uma situação específica e, em alguns casos, pode ser útil”, explica a psicoterapeuta Rachel Vora, da Associação Britânica de Terapia e Psicoterapia (BACP). “Ele aciona a resposta de ‘luta ou fuga’, liberando adrenalina e cortisol, que podem melhorar o foco e oferecer um reforço temporário ao sistema imunológico.”
Porém, quando prolongado, o estresse gera problemas graves, como ansiedade, doenças cardíacas e baixa imunidade, segundo a Associação Americana de Psicologia. Vora destaca que níveis elevados de hormônios do estresse por longos períodos aumentam o risco de doenças cardíacas, enfraquecem o sistema imunológico e contribuem para distúrbios digestivos, como a síndrome do intestino irritável (SII) e úlceras. Além disso, o estresse crônico está associado à depressão, função cognitiva prejudicada, distúrbios do sono e envelhecimento acelerado.
Como o Estresse Afeta o Corpo?
O NHS, serviço público de saúde do Reino Unido, explica que o estresse desencadeia reações físicas, como aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, elevação dos níveis de açúcar no sangue e supressão da digestão e da função imunológica. No entanto, a ativação crônica dessas respostas pode levar a ganho de peso abdominal, dificuldades de memória e concentração, além de distúrbios do sono, que prejudicam a recuperação do corpo. O NHS alerta que o estresse persistente contribui para condições de longo prazo, como doenças cardíacas e problemas de saúde mental.
Estratégias para Gerenciar o Estresse
Especialistas apontam que práticas comportamentais podem mitigar os efeitos nocivos do estresse. Exercícios físicos reduzem hormônios do estresse e melhoram o humor, enquanto mindfulness e meditação ajudam a acalmar o cérebro. O suporte social também é essencial para fortalecer a resiliência emocional. “Quando as pessoas veem o estresse como útil, e não como prejudicial, a resposta fisiológica ao estresse diminui”, explica a pesquisadora Tabibnia. “Ao mudar conscientemente sua perspectiva sobre o estresse, as pessoas podem transformar os desafios em oportunidades de crescimento pessoal e resiliência.”
A coach de mindfulness Yuki, fundadora da 7Breath, em Londres, recomenda uma abordagem holística: “O gerenciamento do estresse não é apenas sobre relaxamento. É sobre criar um estilo de vida que apoie seu bem-estar mental e físico. Quando você prioriza sua saúde, o estresse se torna mais fácil de lidar.” Ela enfatiza a importância de atenção plena, sono, exercício e alimentação saudável, destacando que “seu microbioma intestinal desempenha um papel significativo no gerenciamento do estresse. Priorizar escolhas alimentares saudáveis é o segredo para o bem-estar geral”.
Ressignificando o Estresse
Fatores como trabalho, finanças e relacionamentos pessoais são frequentemente inevitáveis, mas a duração do estresse faz a diferença. Estudos da Harvard Business Review mostram que adotar a mentalidade de que “o estresse pode ajudar” melhora o desempenho, reduz o esgotamento e promove o bem-estar emocional. Especialistas reforçam que o estresse é uma parte inevitável da vida, mas o sofrimento que ele causa não precisa ser. Criar hábitos diários que priorizem a saúde e a resiliência é a chave para transformar desafios em oportunidades.