No Mulher Empoderada, celebramos histórias de mulheres que, com coragem e resiliência, transformam adversidades em oportunidades para crescer e inspirar. Hoje, compartilhamos a trajetória de Juliana Camarão Almeida, uma educadora, mãe e empreendedora que enfrentou grandes desafios para construir uma vida plena de afeto, propósito e impacto. Nascida em 20 de dezembro de 1982, no Rio de Janeiro, Juliana é um exemplo de como a determinação e o amor podem moldar uma história de superação.
Por trás da profissional de sucesso, existe uma mulher marcada por uma trajetória de desafios e superação que inspira e emociona. Quando ainda era uma menina de apenas quatro anos, sua família deixou o Rio de Janeiro e se mudou para a capital maranhense, São Luís — uma mudança silenciosa que, sem que ela pudesse perceber na época, transformaria para sempre o rumo de sua história.
Anos mais tarde, aos 20 anos, em plena juventude, Juliana se viu diante de um dos momentos mais transformadores e desafiadores de sua vida: a descoberta da gravidez de sua primeira filha. Antes mesmo de ter uma carreira consolidada, de terminar os estudos e ter uma rede de apoio preparada para ampará-la. Ainda tão jovem, num momento em que muitos ainda estão apenas começando a descobrir quem são, a traçar seus sonhos e a esboçar o próprio futuro. Ela, no entanto, não teve esse tempo de espera nem a suavidade das escolhas adiadas. Precisou amadurecer às pressas, com o peso da responsabilidade de cuidar, proteger e educar uma nova vida.
Essa vivência, tão dura quanto transformadora, não apenas moldou a mãe, mas forjou também a mulher e a profissional que viria a se tornar: resiliente, empática, forte e capaz de inspirar tantas outras mulheres a não desistirem de si mesmas, mesmo quando o caminho parece incerto e solitário.
Sem uma rede de apoio estruturada, sem garantias, sem um caminho facilitado, ela respirou fundo e decidiu prosseguir. Continuou firme nos estudos, equilibrando, como podia, as novas demandas da maternidade com as exigências acadêmicas e profissionais, ainda que, muitas vezes, tenha sentido o cansaço físico, o esgotamento emocional e o isolamento de quem carrega sozinha uma responsabilidade tão grande.
Com o nascimento da filha, Juliana viu sua vida transformada de maneira profunda. Além dos desafios exaustivos e, muitas vezes, solitários da maternidade — noites mal dormidas, cuidados constantes, medos silenciosos —, ela ainda precisava conciliar essa nova e intensa rotina com as exigências do trabalho e dos estudos.
Mas o destino, mais uma vez, surpreendeu. A relação, que parecia promissora, tomou um rumo inesperado. Diferenças profundas e divergências irreconciliáveis abalaram o casamento, levando o casal a tomar a difícil decisão de se divorciar. E, assim, ela se viu novamente sozinha — mas, desta vez, com a responsabilidade de criar dois filhos. “Cuidar de dois filhos sozinha foi (e ainda é) um segundo desafio gigantesco, que me fez ressignificar ainda mais o que significa ser forte, resiliente e generosa comigo mesma”, relembra Juliana, emocionada com a memória desse período tão desafiador e transformador de sua vida.
Com a separação, Juliana enfrentou não apenas a dor silenciosa e dilacerante do divórcio, mas também o imenso e solitário desafio de cuidar sozinha de dois filhos pequenos, enquanto equilibrava as exigentes demandas do trabalho, dos estudos e da rotina doméstica. Mais uma vez, sua trajetória foi atravessada por uma transformação profunda e inesperada, que exigiu dela uma força que nem imaginava possuir.
Mesmo abalada, entre lágrimas silenciosas e noites insones, Juliana escolheu não se deixar paralisar pela dor. Decidiu se reinventar, transformar cada ferida em aprendizado, e seguir adiante com ainda mais coragem, determinação e amor — não apenas por ela, mas, sobretudo, pelos filhos que dependiam de sua força.
Para superar a dor do fim da relação e conseguir retomar seus projetos e sonhos, ela contou com o apoio emocional de sua família, que, mesmo nos pequenos gestos, foi um alicerce fundamental para que Juliana pudesse se reerguer e continuar escrevendo sua história de superação.
Entre essas figuras essenciais, ela destaca com carinho e gratidão a avó materna, Teresa, que foi muito mais do que uma avó — foi uma verdadeira segunda mãe. Enfermeira dedicada, Teresa sempre esteve a serviço do cuidado, irradiando força e generosidade por onde passava. “Sem ela, muitos dos meus passos teriam sido ainda mais difíceis”, relembra Juliana, emocionada, ao falar sobre o papel fundamental que sua avó teve em sua jornada, especialmente nos momentos mais desafiadores.
Sua avó paterna, Jean, foi uma referência inigualável e um verdadeiro exemplo de pioneirismo e dedicação. Professora universitária de inglês, tradutora e, com uma visão à frente de seu tempo, fundou o primeiro curso de inglês da cidade. Jean não apenas abriu portas para gerações, mas também deixou um legado de amor pelo conhecimento que marcou profundamente a trajetória de Juliana.
Sua mãe, Rita, sempre foi sua maior inspiração, um exemplo concreto de como é possível conciliar, com determinação e afeto, a maternidade e a carreira. "Desde cedo, a vi se desdobrando, se organizando e se reinventando para dar conta de tudo — e me ensinou, na prática, como 'me virar', como ser independente e resiliente", relembra Juliana, com gratidão e admiração pela mulher que moldou, com firmeza e ternura, sua trajetória.
Os homens da sua família também desempenharam um papel essencial na sua formação. Seu avô materno foi uma figura determinante durante a sua graduação. "Ele me ajudou muito academicamente, com paciência, rigor e amor pelo saber", afirma ela. Já seu pai é o retrato do afeto, do acolhimento e do carinho. "Sempre foi presença amorosa e constante, me ensinando o valor da empatia, do cuidado e da escuta", destacou.
Anos se passaram, e Juliana permaneceu firme, dedicada à sua carreira e à criação dos filhos, sempre guiada pela força que a vida lhe ensinou a cultivar. Mas, como tantas vezes aconteceu, o destino preparava-lhe mais uma surpresa. De maneira inesperada, ela conheceu Luís André — um amor que chegou de forma repentina, serena e intensa, preenchendo espaços que ela nem sabia estarem vazios. A relação rapidamente se fortaleceu, marcada por cumplicidade, respeito e parceria. Unidos pelo afeto e pelos sonhos compartilhados, o casal apaixonado decidiu selar esse amor através do matrimônio, dando início a uma nova e feliz etapa na vida de Juliana.
Juliana é graduada em Letras e Pedagogia, especialista em Gestão da Educação, Inglês como Segunda Língua, Ensino Bilíngue e Bilinguismo e Educação Positiva. Atuou como professora universitária, tradutora juramentada e intérprete comercial, além de ocupar cargos de liderança em instituições de ensino e órgãos governamentais, como Sebrae/MA (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e FIEMA (Federação das Indústrias do Estado do Maranhão). Com mais de 20 anos de carreira, ela se tornou referência na construção de ambientes educacionais inovadores, inclusivos e transformadores.
Atualmente, dedica-se à direção de sua própria escola, a Baby Tom School, unindo expertise em gestão educacional à promoção de um ambiente de aprendizado inclusivo e bilíngue. Além disso, ela também é uma das apresentadoras do podcast "Pod papo", um podcast que aborda temas relacionados a parentalidade positiva.
Ser educadora, gestora e empreendedora é, para mim, muito mais do que uma profissão — é uma missão, uma forma de impactar vidas e contribuir para um mundo mais empático, mais consciente e mais amoroso.
Quero deixar uma mensagem de força, coragem e inspiração para todas as mulheres que lerem essa entrevista. Nós, mulheres, carregamos dentro de nós uma potência imensa — muitas vezes silenciada ou desacreditada, mas que está ali, pronta para transformar nossas vidas e o mundo ao nosso redor.
Acredito profundamente no empoderamento feminino: em sermos donas da nossa própria história, em não depender de ninguém para validar nossos sonhos ou escolhas, em construir nossa autonomia emocional, financeira e profissional. É essencial contar com uma rede de apoio, sim — e precisamos valorizar quem caminha ao nosso lado —, mas também é fundamental cultivar dentro de nós a força necessária para seguir, mesmo quando o caminho é difícil ou solitário.
Ter uma carreira, um propósito, investir em si mesma, buscar conhecimento, criar espaços onde outras mulheres também possam crescer: tudo isso faz parte desse processo de empoderamento que é contínuo e transformador.
A vida nem sempre será fácil, os desafios são muitos, mas somos mais fortes do que imaginamos. E quando nos conectamos com nossa força interior, com nossa capacidade de aprender, evoluir e recomeçar, não há limites para o que podemos realizar.
Nunca deixem de acreditar em vocês mesmas. A nossa força transforma tudo.